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Precisa Mesmo Decorar a Tabuada?

Tempo de leitura: 4 min

Escrito por Apolo Rubens Chalababa

Precisa Mesmo Decorar a Tabuada?

Um dos Assuntos Mais Populares da Matemática: A Tabuada

Para muitos a tabuada foi introduzida por meio de tabelas, que eram mostradas uma de cada vez e precisavam ser decoradas. Nem sempre diziam o motivo pelo qual era necessário decorar as tabelas. 

Cada vez mais aumenta o número de educadores percebendo que decorar ou memorizar a tabuada não significa o entendimento das operações necessárias para construí-la. É por isso que muitos professores optam por desenvolver as principais (e mais simples) multiplicações de forma lúdica e gradual e, dessa maneira, possibilitar  a descoberta dos padrões numéricos presentes na tabuada.

Trabalhos colaborativos com agrupamentos, distribuição de materiais para as crianças, organização da utilização do balanço e outras atividades possibilitam vivenciar a multiplicação e, no momento conveniente, também favorecem a construção das próprias tabelas da tabuada e a percepção dos padrões numéricos.

A utilização do zero na tabuada depende das intenções do professor e também do entendimento das crianças. A tabuada completa precisa conter o zero, mas nem sempre isso é possível.

Alguém já fez essa pergunta: Pra que serve a tabuada?

Para responder essa pergunta precisamos recorrer aos primórdios da matemática, porém é muito arriscado visto que os primórdios da matemática antecedem a origem da escrita. O registro matemático mais antigo é atribuído ao osso de Ishango, com 20 000 anos de idade.

Mesmo diante da incerteza do início da matemática, nos primórdios sua aplicação era simples e limitada. A matemática rudimentar era constituída de pequenas quantidades e das operações elementares. Muitos milênios passaram até a necessidade de fazer longas adições com várias parcelas iguais. Fato que motivou a “invenção” da multiplicação.

Naturalmente as adições mais simples apareciam com maior frequência e, consequentemente, os resultados dessas adições também. Vale lembrar que isso ocorreu em um período em que ainda não haviam os algoritmos para fazer as operações elementares que conhecemos hoje.

Dezenas de séculos antes o surgimento da primeira escola, os erros com as multiplicações básicas deveriam ser muito maiores do que são hoje. Para diminuir esses erros e acelerar o cálculo é bem possível que os envolvidos com a matemática registrassem os resultados das principais contas que faziam em seu dia a dia. Dessa maneira era possível consultar os resultados mais rápido e sem riscos de errar o cálculo. Esses registros seriam as primeiras tabuadas.

Devido a sua natureza elementar, ainda nos dias atuais podemos encontrar algumas justificativas para o ensino da tabuada.

Ensino da Tabuada.

Mesmo com toda a tecnologia atual e todo o desenvolvimento da matemática, para entendê-la é necessário começar do simples, do número 1, da adição 1+1, da subtração 2-1, do triângulo e outras ideias iniciais. Sem demora surgem as primeira adições com parcelas iguais. 

Ainda existem professores que pensam a tabuada como tabelas que auxiliam nos cálculos matemáticos fornecendo resultados corretos e prontos. Quando a tabuada é ensinada de maneira isolada, ou seja, a partir da apresentação das tabelas e propondo para que o estudante decore, ocorre uma ruptura com a matemática.

A ação de decorar não costuma desenvolver a ideia de número nem ajudar a criança a perceber padrões numéricos na tabuada. Essa abordagem pode gerar inúmeros desgostos e frustrações desnecessárias. 

Quando a tabuada é desenvolvida junto a problemas que recaem em adições de parcelas iguais o seu ensino se torna mais natural e intuitivo. Quando esses problemas envolvem as crianças e os assuntos ligados diretamente a elas, o aprendizado tem mais chances de se tornar significativo.

Dessa maneira, os resultado vão se acumulando mentalmente até que se torna necessário organizar esses resultados em tabelas. Isso acontece aos poucos acompanhando o desenvolvimento da criança.

Essa maneira natural de ensinar a tabuada já era utilizada por Malba Tahan em suas aulas. Uma das maneiras que Malba Tahan fazia isso era propondo a atividade dos quatro quatros.

Um Pouco Mais

Conforme os anos iniciais avançam espera-se que a maioria das criança percebam os padrões existentes na tabuada e já tenham associado as principais operações aos seus resultados correspondentes.

Quando isso não acontece alguns professores optam por oferecer as tabelas e exigem a memorização do tipo “decoreba”. É preciso cuidado, pois existem algumas maneiras mais criativas de usar a “decoreba” para memorizar a tabuada como, por exemplo, músicas e rimas. Apesar de mais agradáveis do que a “decoreba” diretamente com tabelas, são estratégias que não desenvolvem o pensamento matemático. 

Veja um exemplo de tabuada cartesiana aqui.

Tabuada

Bibliografia.

BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974.

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2 Comentários

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