Reflexões sobre o ensino de matemática
Neste artigo você encontra reflexões sobre o ensino de matemática e frases relacionadas ao ensino de matemática. A intenção é reunir e desenvolver as ideias divulgadas nos vídeos do canal Math Mática Chalababa, no Youtube, e nas redes sociais em que estamos presentes, para torná-las disponíveis aqui, para você.
Algumas delas podem soar deselegantes ou desagradáveis devido ao teor crítico e de sincero descontentamento com as atuais condições em que se encontra a educação brasileira.
De que adianta ensinar a matemática como coisa fora do mundo, totalmente abstrata e ausente da realidade?
A falta de aplicação ou utilidade para os conteúdos de matemática que se ensina na escola é um dos principais fatores desmotivantes para se estudar.
Há décadas pessoas estudam conteúdos que não foram utilizados, atualmente observa-se um crescente comportamento de jovens que têm negado dedicar seu tempo à matemática. Um dos principais argumentos é que aquilo não fará falta.
Muitos dos jovens que frequentam a escola não aceitam ter que aprender algo que será útil um dia, no futuro. Eles não querem esperar. O mundo ficou muito rápido e está acelerando. Esse é um dos assuntos que, atualmente, mais tem estimulado as conversas que tenho com colegas e as reflexões sobre o ensino de matemática que publico.
É necessário ressaltar a presença da matemática em muitas atividades diárias e nossa dependência direta do seus conceitos
Continuando as reflexões sobre o ensino de matemática, parece que essa se contrapõe à frase anterior visto que a matemática está presente nas atividades cotidianas, desde a mais simples até a mais sofisticada. O que se contrapõe é o tempo que a maioria das pessoas dedica ao estudo da matemática e a real necessidade que estas mesmas pessoas têm da matemática.
Quando se diz dependência direta de seus conceitos não me refiro a uma matemática formal e elaborada, mas me refiro à matemática básica presente nas unidades de medida, porcentagem simples, interpretação de gráficos e a geometria simples.
Somente uma minoria gosta e precisa aprender matemática de maneira rigorosa e formal. Existe uma matemática útil que precisamos durante toda a vida.
Uma educação colaborando com o esquecimento
O conteúdo obrigatório de matemática ainda é ensinado de forma bastante teórica, com bastante treino de técnicas e exposição a conteúdos que não serão usados pela maioria dos alunos, após deixarem as escolas.
Quando classificamos a formação dos alunos em boa ou ruim, suficiente ou insuficiente, útil ou sem serventia para os próximos dez anos, podemos chegar a algumas conclusões.
Sempre existiu mais conteúdo para aprender do que o tempo disponível para aprendê-los.
Há algumas décadas, nas aulas de matemática, muito tempo era gasto com cálculos e memorização de nomenclatura. As calculadoras fazem essa tarefa há bastante tempo, mas ainda hoje muito tempo se gasta treinando os alunos a fazer procedimentos.
Quando os alunos saírem da escola, os procedimentos serão delegados às calculadoras. Esse tópico causou e causa muitas discussões e reflexões sobre o ensino de matemática e a utilização da calculadora como agente facilitador do aprendizado de conceitos e ideias relacionadas á matemáticas.
Para que a calculadora seja considerada um recurso educacional é preciso aprender com ela. Estatísticas e operações com números que ultrapassam as centenas fazem parte do mundo adulto e, praticamente, ninguém faz isso à mão.
Essas tarefas podem ser realizadas por calculadoras, mas para entender o significado dos resultados obtidos é necessário conhecer a matemática.
Atualmente existem tantos recursos tecnológicos gratuitos que complementam as calculadoras e muitos alunos continuam utilizando o tempo das aulas de matemática para cálculos e memorização de nomenclatura.
A porcentagem é um assunto presente no ensino fundamental 1, fundamental 2 e Ensino médio. É impressionante como existem tantas pessoas que não compreendem porcentagem após terminarem a educação básica.
O professor de matemática de hoje precisa ensinar outras competências. Uma das intenções pedagógicas de um professor de matemática é proporcionar vivências que possibilitem o desenvolvimento de crianças autônomas, capazes de entender diferentes formas de representação da matemática e de elaborar ideias para problemas.
É importante considerar o aluno como sendo alguém capaz de aprender e evoluir. O professor de matemática pode contribuir muito na construção do conhecimento básico para viver em um mundo dependente das quantidades.
Mudança de cultura na escola assim como na sociedade – reflexões sobre o ensino de matemática
Acredito que, de acordo com as reflexões sobre o ensino de matemática anteriores, uma proposta educacional de qualidade, que atenda as necessidades humanas atuais, é orientada cada vez mais por desenvolver atividades que exijam aplicações da matemática com utilização de calculadoras e aplicativos.
O esquecimento é inimigo da aprendizagem. Aprender devagar torna o esquecimento mais lento e difícil. A fragmentação dos conteúdos é um fator que, em muitas situações, colabora para o esquecimento.
O desenvolvimento social e cultural dos alunos pode limitar o desenvolvimento de problemas matemáticos básicos.
Mesmo assim, é possível usar situações extraescolares para despertar o interesse pela matemática e desenvolver o hábito de pensar matematicamente.
Estudar em grupo é muito diferente de não conseguir resolver um problema e repassá-lo a outro para que este o resolva.
Aprender matemática é uma necessidade individual e também coletiva. Se alguém não souber matemática será mais fácil de ser excluído. Os professores sabem disso, os alunos nem sempre.
Bibliografia
HARARI, Y. N. 21 Lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras 2018.
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